27 de ago. de 2010


Maria Cândida Bispo de França nasceu em Itabaiana/SE, em 09 de maio de 1962, de uma família que logo cedo perdeu o pai e teve que enfrentar a realidade da sobrevivência sem fantasias, mas com alguns sonhos. Uma irmã mais velha e um irmão mais novo serviram-lhe de estímulo ao desabrochar da arte, na competição natural dos filhos pela atenção materna. Foi desenhando nas paredes, com lápis grafite, que conquistou o olhar e a aprovação da mãe e dos dois irmãos.
Formada em Administração de Empresas, casada, mãe de três filhos, trabalhando no Banco do Estado de Sergipe – BANESE, volta e meia é acometida pela febre de pintar. Sobretudo nos meses que se seguiram à morte de sua mãe, passando horas mergulhada nas tintas, telas e pincéis, na solidão acompanhada da arte, processando as emoções, superando seus limites e emanando energias para dar forma à transmutação da dor na arte. Às vezes consegue muita leveza na rapidez do traço. Por outras, formula imagens obscuras que ela permite passagens para esgotar o fluxo e a pulsão. Gosta de trabalhar em perfeita sintonia com o silêncio, sem interrupções, sem ter que atender telefone, com entrega total do ser em concentração máxima. Assim consegue os seus melhores quadros. Diz: “pinto o que sinto. Não estou presa a estilo, técnica, idéia, pré-estabelecida. E não importa o tempo que eu fico sem pintar. Importa o prazer que sinto quando me expresso através da tela”.
A figura humana está sempre em primeiro plano, numa visão panorâmica das suas diversas fases. Num momento a figura tem pintura “lavada’’ e o fundo é de textura espessa, uniforme, monocromática. Noutra fase o colorido invade o fundo e se confunde com a figura, ‘’chapando’’ e exigindo maior atenção do observador. A seguir vamos encontrar o infinito cor-de-rosa que se precipita da magenta em nuances de fundo para figuras flagradas na velocidade do instante. Também pode ser azul, o fundo.
Cândida Bispo tem sua assinatura reconhecida na praça desde a sua primeira mostra que fez no Centro Administrativo do BANESE, em 2001; no Mirante da 13 de Julho em 2002; na Galeria Álvaro Santos, 2004; na Galeria Florival Santos, 2006; no Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana/BA, em 2006, e no Encontro Cultural de Laranjeiras em 2007, no estande da Petrobrás.

Ilma Mendes Fontes
- jornalista, Roteirista e Curadora.